domingo, março 19, 2006

Untitled - Regurgitado Patriótico

Vómito.
O sabor na minha alma,
Ao olhar este mundo.
Estas pessoas, tão modernas,
Que deixam de ser humanas...
Modernizam-se quadraticamente...
Desumanizando-se no seu simétrico:
Caem agora a pique.
Já poucos ligam à Grande Mãe,
Adoram apenas o Grande Irmão,
E seus Grandes Primos; Mais ninguém.
Quem adora a pátria,
Que em crise se repugna?
Quem adora a arte, as letras e a música?
Preferem o sofá, e uma caixa desalmada:
Um programa estrangeiro, de gente enganada.
Rir porque é estúpido, não porque tem piada;
Insultos e traição; Gente desenfreada...
Sociedade degradada...
Pátria mal amada;
Rogo assim por uma alma
Ao Quinto Império apontada,
Que reponha a mão na espada,
E volte a Nau à jornada.

Untitled - Almas de Sol

As árvores erguem-se nos montes,
Esticando-se até às nuvens,
Sustentando suas palavras
Nas suas verdes folhas,
Erguidas sobre os trovões da Terra;
As nuvens, delicadamente esfumadas
Pelo Sol de fim-de-tarde,
Recebem as palavras verdes
Em sua brilhante epiderme;
Contornos de luz definem sua forma.
Entendesse-as eu, e saberia:
Os tufos de algodão que se ejectam delas,
Não são mais que suas orelhas;
Os raios de Sol que emanam do meio delas,
Não mais do que os reflexos de seus olhos:
A sua alma.
E vivem assim as vivas nuvens,
Flutuando no céu, onde tudo cabe,
Gigantes de vapor, luz e água:
Almadas de Sol, como ninguém sabe.

quinta-feira, março 16, 2006

Untitled - Palhaço

Corro
Como um palhaço pela rua
Rindo, Sorrindo,
Cara besuntada de pasteis às cores
Socorrendo e Agredindo
Todo o que chora
E todos os agressores
As caras cómicas reflectindo-me
A alma que estupidamente sorri dentro de mim
Chora ó coração no fundo
Escondido num escuro duro
Que eu te recolho da multidão
Enquanto sorrio e lanço risos
No longo caminho p'ra casa
Saltitando, de chave na mão.